terça-feira, 26 de outubro de 2010

Oração do Bom Parto


(As mulheres que, estando grávidas, rezarem esta oração e três Avé Marias e três Salve Rainhas, 10 dias antes do parto, terão sempre a Nossa Senhora do Bom Parto ao seu lado, que as assistirá no momento de darem à luz.)


É a vós que agora me dirijo, de olhos postos em vós, Virgem Santíssima, Virgem antes do parto, Virgem no parto e Virgem depois do parto.

É a vós que neste momento peço graças e auxílio, Virgem Santíssima e que imaculada sempre fostes por obra do Espírito Santo, que gerou em vosso ventre o esplendor de todos os tempos, do mundo inteiro, o vosso adorado e Santo Filho, Jesus Cristo.

É em nome de Vosso Santo Filho, Virgem Santíssima, que aqui estou, de joelhos, a vos rogar que não me desampareis e a solicitar vossa indispensável assistência para que eu tenha um bom sucesso.

É a vós, Mãe Santíssima, que envio estas súplicas sinceras, na certeza de que sabereis me compreender e me amparar neste delicado transe.

Amém.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Às vésperas da chegada de Miguel...



Há poucos dias da chegada de Miguel, decidi registrar alguns acontecimentos ocorridos ao longo desses 9 meses, além de alguns sentimentos que estão agora tão latentes em mim...

Desde quando eu e Luiz nos demos conta da existência deste Ser de Luz em meu ventre (8 de março de 2010, dia do meu aniversário de 24 anos, na Argentina), imediatamente sentimos que ele representa uma benção imensurável para nós. Na verdade, antes mesmo de concebê-lo já vislumbrávamos o fruto de nosso Amor como um grande presente da Existência, que, no momento certo, viria compor a nossa sagrada família.

Assim chegou Miguel, já indicando para nós os novos rumos a serem tomados (mesmo tão pequenino dentro de mim!)... nos mostrando que, a partir de então, não poderíamos decidir destinos sem levar em conta a sua presença.

A mudança de planos foi inevitável! O desejo de morar fora do país, fazer o mestrado em Cusco, viver esta intensa experiência, foi substituído por outro desejo muito mais forte para nós: o de sermos os melhores pais para o ser que acabava de anunciar a sua chegada em nossas vidas. E foi assim que decidimos voltar para o Brasil (após dois meses viajando entre Bolívia, Peru, Chile e Argentina), para cuidarmos do nosso primogênito perto da família e dos nossos amigos-irmãos. Ainda havia a questão do meu plano de saúde (apenas válido no Brasil), uma vez que para nós, desde o início, assegurar o melhor acompanhamento e a perfeita saúde do nosso bebê foi questão indispensável.

Quanto ao local da concepção de Miguel, não estou bem certa. No final de janeiro, quando ainda estávamos na Ilha do Sol, na Bolívia, sentimos muito intensamente a energia do Lago Titicaca nos envolvendo, e amores muito lindos foram feitos (um em especial foi bem marcante para nós e acreditamos ter sido este o dia em que Miguel foi concebido). Mas o médico disse que tive ovulação tardia e que a concepção deve ter ocorrido no início de fevereiro. Bem, talvez no dia da Mãe das mães... No 2 de fevereiro já estávamos em Cusco, no Peru... Então, de qualquer maneira, tenha sido através dos portais do Lago Titicaca, na Ilha do Sol, ou dos portais do Vale Sagrado, em Cusco, nosso filhinho escolheu um rincão mágico do planeta para iniciar a sua nova jornada espiritual aqui na Terra. Penso que um dia saberemos...

Em meados de março, logo que chegamos por aqui fomos bem acolhidos por nossa família e amigos. Meus pais convidaram a gente para morar com eles em Jequié, enquanto procuramos emprego, estudamos para concursos e nos organizamos para construir o nosso lar. Desde que concluímos o “ciclo de Salvador”, que incluía principalmente o término da faculdade, para nós o principal a ser assegurado era estar sempre juntos. Então a idéia de morarmos temporariamente na casa de meus pais (na tranqüilidade de uma cidade do interior) nos pareceu uma ótima opção para o momento. Somos gratos a eles e a Existência por nos ter concedido esta oportunidade.

Em verdade, ao longo desses meses não fixamos estadia em Jequié... Sempre viajando entre Salvador (onde mora a família Brilho das Águas), Coaraci (onde moram os pais de Luiz) e Jequié (casa de meus pais), acabamos percebendo que o nosso lar ainda está por vir e nós estamos bem abertos para as possibilidades que a vida nos mostrar...

Assim que chegamos de viagem, procuramos Dr. Laert para nos acompanhar com o pré-natal, já que, além de ser ele o ginecologista que me acompanha já há algum tempo, é um profissional sensível, homem consciente da espiritualidade... Mesmo sabendo que ele não poderia fazer o parto, pois o meu plano de saúde não cobre os hospitais em que ele atende (e não podemos arcar com um parto particular), decidi continuar o acompanhamento com ele, esperando as coisas se definirem por si mesmas...

Quando descobrimos o sexo do nosso bebê, ele ainda nem havia completado 4 meses. Foi sim uma surpresa, porque a gente achava que nossa primeira filha seria uma menina, Maria (até trouxe do Peru uma linda boneca “cholitinha”)... Mas saber que estava esperando um menino me encheu de felicidade... nem consigo explicar direito... É muito bom saber que agora tenho meus dois meninos lindos para cuidar, Luiz e Miguel! Ah, é um sentimento maravilhoso!

As coisas foram acontecendo bem rápido... No dia 6 de junho, eu e Luiz nos casamos na Igreja Brilho das Águas, numa cerimônia belíssima do Santo Daime, realizada pelo Mestre e Conselheiro Luiz Mendes. Foi um dos momentos mais fortes de minha vida... A irmandade toda reunida... as nossas famílias lá no Daime, foi algo surreal! Depois a lua de mel no Vale do Capão... só primores e amores!

Mas retornando ao relato da gestação... Buscamos durante todo este período estudar sobre as melhores opções para dar a Luz a Miguel. Compramos alguns livros, consultamos amigos mais experientes e descobrimos que a melhor opção é o parto natural e humanizado. Sem intervenções médicas desnecessárias, sem soros para induzir contrações, sem os tradicionais medicamentos anestésicos que acabam invadindo também a corrente sanguínea do bebê... Sem a falta de sensibilidade da maioria dos profissionais de saúde, que acabam tratando a gestante como uma paciente portadora de alguma doença. Sem a forte luz de uma sala cirúrgica, sem os ruídos inconvenientes, sem pessoas completamente desconhecidas... longe do ambiente frio e hostil de um hospital. Enfim, sem os equívocos tão comuns envolvidos num parto tradicional, como a posição em que a mãe é submetida, imóvel numa cama (em posição vertical, contrariando a força da gravidade, além de sua liberdade e instintos), o corte antecipado do cordão umbilical, o afastamento do bebê e da mãe nos primeiros instantes pós nascimento para procedimentos médicos completamente invasivos, entre outras coisas.

Por volta dos 4 meses de gestação, eu e Luiz já havíamos decidido: o parto havia de ser natural, de preferência em casa. Desde o início procurei cuidar ainda mais de minha alimentação e praticar regularmente exercícios de yoga direcionados a gestantes, no intuito de me preparar para um parto natural, de cócoras.

No entanto, alguns contratempos apareceram... O parto particular, pelo menos nesse momento, está fora de questão (os médicos que fazem partos em casa cobram em média R$ 6.000,00). Os hospitais que aceitam o meu plano de saúde são os tradicionais que não abrem mão dos procedimentos usuais. Conversamos com Dr. Laert e ele sugeriu a maternidade Tsila Balbino, um hospital estadual que recentemente implantou uma ala com os recursos para o parto humanizado, tais como cama adaptável para o parto de cócoras, bolas de pilates, local para a gestante receber massagens, direito à presença do companheiro durante o parto, berço conjunto com a cama. Fomos visitar a maternidade. Descobrimos que lá há sim toda esta estrutura, porém carece de profissionais que cumpram com os procedimentos ideais. Neste dia, por força do destino, estava de plantão o Dr. Amado, pai de Cecília, uma amiga do Daime, que também é médica. Eu e Luiz conversamos com ele e descobrimos que os demais médicos plantonistas do Tsila ainda não aderiram ao parto humanizado. Constatamos três problemas: 1 -o período em que Miguel está previsto para nascer (final de outubro ou início de novembro)é justamente quando dr. Amado realizará uma viagem; 2 – ainda que Miguel nasça antes ou depois desta viagem, pode acontecer de ser um dia em que não seja ele que esteja de plantão; 3 – por se tratar de um hospital público, pode não haver vaga na maternidade no momento em que eu entrar em trabalho de parto.

Apesar destas negativas, continuamos tranqüilos. Retornamos a Dr. Laert, relatamos os fatos e decidimos esperar a Vida oferecer uma boa alternativa. Foi então que Cláudia, uma grande amiga, madrinha da Igreja Céu da Chapada (onde me fardei), nos apresentou uma alternativa: Dar a luz a Miguelzinho no Vale do Capão, onde ela mora. Ficamos muito felizes com esta possibilidade... Então, após esta inestimável oferta feita por Claudinha, de nos dar o suporte necessário para um parto em casa, ela nos disse para aguardar apenas a confirmação do auxílio de outras pessoa - Sharon (uma amiga dela que é parteira), Cecília (médica) e Natália (enfermeira), todas residentes do Vale mágico... Liguei para ela alguns dias depois e ela confirmou estar tudo certo!

Pronto! Decisão tomada, veio então a parte mais difícil... Anunciar à família a nossa escolha! Primeiro falamos com os pais de Luiz. Eles, acho que por serem mais velhos e por também terem nascido em casa, receberam a notícia com muita tranqüilidade, nos apoiaram em tudo. Dois dias depois, já com as malas prontas, decidimos comunicar a minha mãe. Considerando seu temperamento de geminiana típica, o seu comportamento de querer estar sempre no controle e sua crença de que a medicina tradicional alopata é insubstituível, fizemos toda uma preparação... acendemos uma vela para o seu anjo de guarda, fizemos uma oração invocando proteção e intervenção divina para este diálogo e fomos conversar com ela... O diálogo foi surpreendentemente pacífico, ela confessou não concordar, mas respeitou a nossa decisão.

Fomos pra Salvador na quinta, dia 7 de outubro. Na sexta fomos para o que acreditávamos ser a última consulta com Dr. Laert antes da viagem ao Capão... Queríamos confirmar a posição “encaixada” de Miguelzinho (já constatada nas duas últimas ultrassons), além de atestar as perfeitas condições (que prevaleceram a gestação inteira) para um parto natural... enfim, gostaríamos do aval de Dr. Laert para viajarmos ao Capão ainda mais seguros... Foi então que recebemos uma notícia surpreendente: “Miguel sentou-se!”... Mais uma vez, nosso filhinho ditando mudança de planos, escolhendo por si mesmo... No início fiquei um pouco triste, frustrada com a possibilidade de uma cesariana. Mas acabei entendendo que as coisas são como são, e tudo é perfeito dentro dos propósitos de Deus.

Voltamos a Jequié no dia 11 de outubro... Se Miguel continuar sentado, o procedimento indicado é o parto cesário, por isso decidimos voltar pra casa, pela comodidade, conforto do lar... O único inconveniente é a pouca oferta de médicos obstetras por aqui... Dia 15, consegui uma vaga extra com um médico muito bem indicado da cidade, Dr. Valdir. Para resumir, não gostamos de seus métodos... O Dr., sem levar em conta o ritmo natural do meu corpo e do meu bebê, foi logo querendo marcar a cesariana para o dia 24, já que ele vai viajar... foi bem claro: “só posso ficar com você, se deixarmos a cesariana marcada”. Vale ressaltar que Miguel completa 9 meses apenas no dia 29 de outubro, podendo este prazo exceder-se por mais 10 dias... Quero muito respeitar o momento em que entrarei em trabalho de parto, independentemente de conseguir ter um parto normal ou não. Amanhã terei consulta com outro médico, Dr. Evandro... Resta-me aguardar...

Na verdade, confesso que já estou um pouco cansada... O fato é que entrei no oitavo mês, e já sinto que meu filhinho está prestes a nascer... Todo esse movimento de decidir ir pro Capão, enfrentar a família, foi bem forte...

Outro dia, em Salvador (no dia seguinte após saber que Miguel "sentou-se"), estava passando e vi um outdoor que homenageava o dia do médico, havia uma imagem bem grande do rosto de um médico com uma máscara, como se fosse a visão de um bebê que estava acabando de nascer... e a mensagem era algo como "Ele foi a primeira pessoa que vc conheceu, seja a primeira pessoa a dar os parabéns"... caramba, isso me deu uma revolta, fiquei pensando como é que pode as pessoas não perceberem o equivoco que há nessa super valorização do médico, não percebendo que o natural seria que o bebê tivesse o seu primeiro contato com seus pais... enfim... após ter visto este outdoor, e ter me dado conta do sentimento que ele evocou em mim, percebi como eu estava cheia de "revoltas", até por tudo que eu tenho lido e estudado até agora sobre os procedimentos mais usuais na obstetrícia... e acabei me dando conta que isso não me faz bem. Acho que Miguel acabou sentindo um pouco dessa "tensão" e por isso mudou a posição... não sei... só Deus mesmo... O que quero agora é ficar bem tranquila, não esquentar mais com essas coisas... fazer o possível para, caso Miguel se encaixe novamente, ter o parto normal (já que o humanizado natural não tem como ser feito nos hospitais tradicionais)... Se tiver que encarar a cesária, tudo bem também, vou tentar conversar com o médico sobre as possíveis adaptações...

O que sinto agora já no finalzinho da gestação é que ser mãe de primeira viagem é mesmo mais difícil... Fica o desejo de me preparar muito melhor para a próxima gestação... ter a independência para custear com tranquilidade o parto em casa... ser mais disciplinada com relação às práticas de yoga, meditação, caminhadas... enfim, ter mais experiência e tranquilidade mesmo...

Foi tudo muito novo para mim, todas essas informações a respeito do que acontece nos partos hospitalares, as lindas possibilidades de um parto humanizado, as várias preparações para que ele ocorra da melhor forma... além de todo o resto para dar conta nesse processo de gerar um ser... tudo foi bem forte... Agora estou apenas querendo relaxar para receber o meu filhinho com todo amor, seja como for... Entendendo que faz parte mesmo dos nossos processos de evolução cada experiência vivida, ainda que elas não ocorram exatamente como planejamos...

Entrego agora tudo nas mãos de Deus e no colo da Mãe das mães! Sei que tudo vai dar certo e que daqui há alguns dias estaremos com nosso filhinho amado nos braços, vivendo uma inestimável benção...